sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Passagem para a Índia


Uma viagem para Índia é como entrar em um filme. São muitos os choques culturais e tem que estar preparado para o super assédio, calor escaldante,(entre julho a setembro) muitas côres, muita poeira, templos e deuses e sobretudo muitas imagens e informações.

O modo de vida da Índia é único, apesar da globalização. Um dos maiores países em desenvolvimento do mundo, com cerca de 1bilhão e 200 milhões de habitantes, é resistente aos costumes ocidentais. Mulheres de saris lindos, trajes típicos coloridos e exóticos, em composê de cores, são vistas pelos campos na agricultura, quebrando pedras na construção civil e em todo e qualquer trabalho braçal, enquanto homens conversam, supervisionam e observam. Os casamentos continuam sendo arranjados pelos pais, como no filme – Casamento a Indiana. Mulheres de calça jeans ou roupas ocidentais, somente as turistas estrangeiras.

Para quem desembarca em Bombay, hoje Mumbay, vindo do Brasil, através de vôos via África do Sul, chega-se a noite. O primeiro impacto é ver dezenas e dezenas de indianos dormindo lado a lado, quase que disputando um lugar na sarjeta da cidade mais emergente do país.  Bombay é a cidade mais ativa economicamente, seja pelas empresas de serviços, tecnologia e também por ser a sede de Bollywood, o maior produtor de filmes do mundo. São 350 películas ao ano, deixando os empresários de Hollywood muito atrás em quantidade. É nessa cidade que chegam milhares de indianos, em busca de melhores oportunidades de trabalho. Depois do choque inicial é hora de conhecer as belezas da cidade, como o Hotel Taj Mahal, preferido das estrelas, de frente para o mar e do maravilhoso  Portal da cidade.

A próxima etapa de um tour pelo país é Jaipur, estado do Rajastão, a cidade rosa, isso por que é quase toda construída de pedra arenito. Diz a lenda que um Marajá mandou pintar de rosa, na ocasião da visita do Príncipe de Gales. Subir ao Forte Âmbar, no lombo de elefantes é realmente emocionante. Além do belo passeio, começa aí o assédio de vendedores de objetos típicos, fotógrafos, pedintes  e se estiver em grupo, de companheiros de viagem loucos por uma foto. A cidade oferece outros belos monumentos, hotéis com vista para o Lago, como o Hilton Trident Jaipur. É excelente para compras, assim como toda Índia. Depois de conhecer e fotografar o Palácio dos Ventos, é hora de conhecer as ruas têm pequenas lojas e comércio para lá de improvisado, cujo lema é, regatear sempre. Um objeto chega a ser pago metade ou até  por um décimo do valor cobrado inicialmente. É nesse momento que lembramos que ha milhares de anos, o indiano é perito em negociações, desde as navegações portuguesas e espanholas em busca das famosas especiarias. A noite a melhor opção de jantar é no Hotel Raj Palace, hotel de luxo, um antigo palácio que conserva ainda os aposentos e adereços dos príncipes. O restaurante tem um menu de degustação e o serviço é um verdadeiro ritual, com garçons que trazem vários pratos em bandejas de prata cobertas, que faz qualquer mortal, se considerar um verdadeiro “marajá”.

Para conhecer mais, deve-se seguir por via terrestre, estradas que são verdadeira loucura de carros, buzinas, animais, bicicletas, vacas sagradas e motos. A aventura leva a Agra, cartão de visita da Índia. É lá que se encontra o impressionante Taj Mahal. Hospedar-se no Oberoi com vista para o Taj é tão emocionante como estar de frente desse monumento, um dos mais belos do mundo. O hotel é um luxo  e, de todos os apartamentos e do lobby, pode-se vê-lo. O melhor é estar em noite de lua cheia e poder tomar um vinho indiano na varanda. Desfrutar de um relax merecido na piscina azul profundo, ouvir a suave flauta ao cair da tarde, os cânticos Hindus que vem da cidade ou experimentar a vigorosa massagem ayurvetica no spa.
O dia para visitar o Taj Mahal, deve começar cedo, para aproveitar a manhã e a luz para fotografar. Além de maravilhoso, ele é muito bem conservado, todo em mármore branco, com muita simetria na arquitetura.  Todo encrostado de pedras semipreciosas e fios de ouro. Foi construído entre 1630 a 1652, por 22mil homens, como  um mausoléu e nos remete ao romantismo de um homem apaixonado pela mulher amada, como a música do Jorge Benjor.

Próxima parada, é na estação ferroviária para embarque no trem  Shatabdi Express, com destino Jhansi. A melhor opção é viajar em primeira classe, no entanto as estações de trem são típicas, lotadas, uma cena à parte. Da chegada em Orchha, pode-se visitar a cidade do período medieval na qual se encontram sítios arqueológicos, tumbas e relicários que contribuem para a nostalgia. Após o almoço, continuação da viagem em ônibus com destino a Khajuraho (176 km/4 horas). Lá estão os templos eróticos, incrivelmente bem conservados, que inspirou o autor de Kamasutra. É em frente dos templos, depois de muitas explicações do guia, que se utiliza até de lanterna para que não se perca nenhum detalhe, que pode-se sentir como  nos devaneios da personagem de Maryl Streep no filme Passagem para Índia.

Depois, como seguindo um documentário de cinema, chega-se a Varanasi, o maior centro de peregrinação do hinduismo: no Rio Ganges. Para testemunhar a fé, se purificar, pelo menos uma vez na vida, o hindu necessita se banhar no Ganges.
Para, acompanhar o ritual é necessário pular cedo da cama. Deve-se  sair pelas ruas ás 5:00 h. da manhã. e caminhar por um labirinto de gente, mendigos,  sacerdotes, ermitões, muitas barracas de artesanato e quinquilharias diversas.

Muitos se banham, outros vendem artesanato, turistas compras velas, fazem pedidos e as jogam nas águas. É aí que os sentidos são colocados em xeque, como o cheiro de incenso misturado ao estrume das vacas, a visão inesquecível da profusão de gente e do rio. O som de muitas vozes e cânticos. Talvez o tato, querendo registrar tudo na máquina fotográfica possa trair os sentidos. Os  primeiros  raios do sol, o amanhecer no Ganges com inúmeros barcos emociona aos mais experientes viajantes.

Depois de tudo isso, o final da viagem é Delhi, a capital.  Entrar na Índia por essa cidade, portão de entrada da Europa a impressão é totalmente diferente. Cidade cosmopolita a Nova Delhi tem belas e amplas avenidas arborizadas, enquanto a Velha Delhi tem um emaranhado de vielas com comércio milenar de prata, jóias, tapetes, etc. Para se aventurar por essas ruas, melhor é seguir de Tuk Tuk, um veículo, estilo triciclo aberto e motorizado, somente para dois passageiros e o  motorista. Eles andam na contra mão, outras vezes entre outros carros, mas vale a pena o passeio. Já o rikshaw - triciclos, que dependem da forma do motorista, são imperdíveis e podem ser encontrados em todo o país, como forma barata de transporte.

Para fechar com chave de ouro, a melhor opção de hospedagem  é o Hotel Imperial, suntuoso e sofisticado. O hotel tem o piso de mármore, que formam lindas mandalas, muitos arranjos de orquídeas, lustres fantásticos e peças de arte diferenciadas espalhadas pelos andares. Tudo com bom gosto e sofisticação. Uma das melhores opções na culinária é o Restaurante The Route of Spice, um dos 10 melhores do mundo.

Muita coisa é incrível, como sugere a publicidade oficial do governo, espalhada nos aeroportos: Incredible Índia !

Ninguém sai do país sem cometer excessos, nas compras, nas comidas, nos sentidos. Não se resiste ao artesanato colorido, porque é barato, porque é bonito, ou por simplesmente por não se desvencilhar dos vendedores. É impossível não comer comidas picantes; para quem não gosta, sempre tem a possibilidade de restaurantes italianos nos bons hotéis. É impossível esquecer as cores, os cheiros, os monumentos, a religiosidade e a intensidade de tudo.

A Índia é assim, como um bom filme, que não se esquece !

Deusa Maria Rodrigues
Diretora de Marketing – Designer Tours
Viajou para Índia de 04 a 17 de setembro/06, através da South African Airways

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